Logo é vocação nossa. Cuidar uns dos outros e pescar…”
Lucas 5.1-11 (João 21)
“Certo dia Jesus estava na praia…. Quando Simão Pedro viu o que
havia acontecido, ajoelhou-se diante de Jesus e disse: — Senhor,
afaste-se de mim, pois eu sou um pecador! Simão e os outros que estavam
com ele ficaram admirados com a quantidade de peixes que haviam
apanhado. Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de
Simão, também ficaram muito admirados. Então Jesus disse a Simão: — Não
tenha medo! De agora em diante você vai pescar gente. Eles arrastaram os
barcos para a praia, deixaram tudo e seguiram Jesus.” (Lucas 5.1a, 8-11
NTLH)
“Então Jesus disse: — Tragam alguns desses peixes que vocês
acabaram de pescar. Aí Simão Pedro subiu no barco e arrastou a rede para
a terra. Ela estava cheia, com cento e cinqüenta e três peixes grandes,
e mesmo assim não se rebentou.” (João 21.10-11 NTLH)
Hoje, quando o li a passagem do Evangelho de Lucas acima, lembrei do
incidente semelhante no final do Evangelho de João. Realmente não sei se
é o mesmo incidente contado de maneira diferente. É difícil saber
porque Lucas disse “certo dia Jesus estava na praia…”. Embora
Lucas não localize o incidente depois da ressurreição de Jesus como
ocorre no Evangelho de João, o que nos dá a impressão que era outro incidente, Lucas simplesmente não especifica claramente quando o incidente aconteceu. Entretanto, se for a mesma ocasião, a comparação das duas passagens se torna mais interessante ainda…
Há diferenças entre os detalhes dos dois relatos (você mesmo pode
ver). Mas também há semelhanças notáveis. Nos dois casos, depois de um
período de pesca sem êxito, Jesus manda lançar as redes em outra direção
com um resultado admirável. Os dois relatos falam da pesca de uma
grande quantidade de peixes (Lucas 5.6-7; João 21.6). Mas os dois
qualificam a “lição” do incidente. Em Lucas, Jesus fala claramente que
os discípulos serão “pescadores de gente”. Em João, a mesma lição se
consta, mas de modo mais velado. Fala da pesca de 153 peixes grandes
(v.11), que por sinal era o número de espécies de peixes conhecido
naquela época, uma analogia de todos os povos que os discípulos então
iriam “pescar”. Finalmente, tanto em Lucas quanto em João, Simão Pedro
está com medo e contrito, em Lucas, pela maneira que a pesca ocorreu
(v.9) e em João, pela sua traição anteriormente e a indagação de Jesus
sobre a sua lealdade ou não (vv.15-23).
Confesso que em João o clima me parece mais sóbrio, inclusive porque o
Evangelho de João inteiro conclui com este incidente. É o climax! E a
pergunta que permanece com os leitores é esta: onde está realmente a sua
lealdade (=“amizade”, se é mesmo amigo de Jesus) e a tradução
desta lealdade/amizade em cuidado pastoral (cuidar das ovelhas) e
evangelística (pescar gente). É vocação de Pedro, mas também é vocação
dos discípulos. Logo é vocação nossa. Cuidar uns dos outros e pescar…
compartilhar as Boas Novas entre todos os povos.
Quanto eu mesmo preciso ouvir isto todos os dias. Por que? Talvez
porque a cultura ocidental que me cerca, me leva a me “fechar” para
focar o grande EU, as minhas necessidades e esquecer a razão que Deus me chamou, que Deus nos chamar, para sermos dEle a favor da Tua criação e a favor dos povos que Ele criou.
Oração
Pai, esta vida para qual me chamou é fantástica. A beleza da Tua
criação que me cerca não para de me encantar, e as gentes, criadas à Tua
imagem e à Tua semelhança, de me fascinar. Encha-nos do Teu
Espírito para cumprirmos os Teus propósitos neste mundo criado por Ti e
as gentes que aqui habitam. Em nome de Jesus. Amém.
FONTE: Tim Carriker
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